quinta-feira, 31 de julho de 2008

Triplo D

Bem-vindos, leitores do Demônios Internos.
Alguns já me conhecem do Palavra de Nanael, mais recentemente do Tali-coisa, agora estou também aqui, a convite do Eduardo.
Vamos ao que interessa. Para o deleite de uns e desespero de outros, eu leio Eddie Van Feu. Por que? Porque ela é muito boa no que faz. Ela não ensina a causar incêndios sem deixar pistas, não ensina a destruir o casamento alheio para se ter uma noite de sexo proibido, não ensina a ressuscitar o Menudo, nem qualquer satanismo outro. Se fosse esse o problema, compraria O Livro de Aço de São Cipriano e pronto, pois preparo para não ser adormecido pelo livro eu tenho. A questão não é decorar feitiços e transformar em zumbi qualquer um que me contrariar. Minha busca é outra.
Eu fui cético até por volta dos vinte e sete, vinte e oito anos. Só que não era um cético azedo que difamava e perseguia qualquer um que não acreditasse no que eu acreditava. Meu ceticismo era baseado em acreditar no que me convencia e não no que me convinha. Pois um dia me emprestaram o livro "Brida", do Paulo Coelho. Guardem esses tomates ou farei com que os engulam podres!. Se aquietem e leiam. Bem, a certa altura eu ouvi a própria Brida me dando um recado singelo e delicado: "Estamos falando de você, idiota!". Não, eu não delirei. Já fiz tomographia, minha estrutura cerebral está dentro de todos os parâmetros ditos normais. Não escutei a voz, posto que não senti qualquer perturbação auricular, eu simplesmente ouvi a bruxa me chamando carinhosamente de idiota, directo à minha mente. Daí por diante, pelo resto do livro, prestei uma atenção maior à trama, sem o espírito armado que eu tinha até então. De resto, escrevi para o Paulo Coelho, agradecendo pela ajuda indirecta e segui meu próprio caminho. É aqui que começa minha amizade com a Eddie.
A primeira Wicca que comprei, foi a n° 04, com o tempo consegui os anteriores e tenho todos desde então. O que ela coloca em suas obras é muito mais do que "abhadda kedhabra". Ela ensina a ser bruxo. É a diferença entre o motorista e o piloto, o primeiro pensa que sabe o que está fazendo até se espatifar na traseira de um Fenemê. Decorar é questão de memória, estar consciente do que se faz é mais complicado. Com primazia dos jovens, as pessoas têm dificuldades em conceber um castigo que virá daqui a não sei quantos anos, principalmente se não for de natureza material. Bem, este piloto aqui concebe e sabe de todas as conseqüências de seus actos. Eu vou de vez em quando aos níveis trevosos, ajudar e estudar com espíritos benfazejos. Nada do que vocês vêem nas mais cruas e chocantes cenas de guerra, ou mesmo nos museus da inquisição, pode ser comparado. Não há um corpo para limitar a dor com a morte.
Minha intenção é ser poderoso sim. Na verdade, quero é ser invencível, capaz de manipular espaço e tempo apenas com o pensamento, cousa que nenhum mago na Terra pode fazer. Conseguirei isto me tornando um Serafim. Encarnação após encarnação, me depurando, merecendo e evoluindo. Enquanto idiotas de verdade se enfiam na lama da paralisia ecolutiva, em troca de uns momentos de gozo sádico e volátil, minha intenção é ser realmente forte. Para quê? Noutro dia eu conto. Só posso adiantar que o estado em que se encontra um anjo, numa alegoria paupérrima, é o de orgasmo eterno. O dos que se corrompem é o da morte contínua. Por isso alerto desde já, que se a tua intenção é brincar e ganhar qualcousa com exibicionismo, faça um curso de ilusionista e alugue un teatro. Se manda, que isto aqui não é brincadeira nem aventura, é cousa que pode arruinar a tua vida por muitos séculos.
Para os que vieram no intuito de evoluir, reitero as boas-vindas e recomento que tomem o triplo D: Disciplina, disciplina e disciplina. É o mínimo que os verdadeiros deuses e anjos exigem de bons magos, mas a recompensa é maior do que o investimento. Até a próxima.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

O Início

Aquele dia me mudou pra sempre. Me fez ver as coisas, e à mim mesmo, com mais frieza. Me fez entender que o mundo não é pra mim. É pras pessoas. Eu só existo pra fazer as pessoas se adaptarem ao mundo. Mas embora tenha essa função no mundo, eu mesmo sou o maior de todos os desajustados.

E eu sou uma pessoa, também. Porém, uma pessoa que tem consciência de seus atos, às vezes. Procuro viver da melhor maneira que me é possível, da maneira que dá. Da maneira que me é permitido.

A vida pra mim se abre como um novelo infinito, de pessoas, atos, acontecimentos. Os chamados "acasos", nada mais são do que a mão de Deus agindo sobre nós, para nos levar ao crescimento ou aprendizado.

O Equilíbrio, esse sim, é a minha busca. O equilíbrio das forças em oposição em mim.

Meus desejos e minhas necessidades, se batem infinitamente.

Mas qual é o melhor, desejo ou necessidade?

Em um momento, pode ser um...

Em outro momento, outro pode ser melhor...

Ambos são bons, ambos fazem de mim o que sou. Ambos tem que coexistir em mim.

E satisfeitos ou sanados conforme a possibilidade.

De acordo com isso, de qualquer forma, eu estarei passando por alguma coisa.

Mas não é assim com todos nós?